Das histórias nascem histórias

Das histórias nascem histórias
um poema visual de Fernanda Fragateiro

sábado, 21 de abril de 2012

palagens


Digo para mim mesma, há uns anos, que só me falta ser educadora de infância.
Ainda serei capaz?
A E., que tem a sorte de passar os dias com nossos filhos e que anda atenta, contou-me, na quinta-feira, a propósito de um menino que se veio queixar de ter levado um chutapé, que o João (um desses nossos filhos) lhe tinha pedido, uma vez, durante a leitura de um livro, se depois podia "mostrar as palagens".
Acho que ficou finalmente inventada a palavra que nos faltava para designar aquilo a que, imprecisamente, andamos a chamar ilustrações.
Era preciso alguém de quatro anos para a inventar!

sexta-feira, 20 de abril de 2012

o nosso filho


O F. vai estrear-se a cantar com os Gambozinos na segunda-feira em Aveiro.
Quando o comuniquei durante o jantar aos manos, debaixo do olhar brilhante do F., o V. declarou:
- Temos de ir ver, mãe, ele é nosso filho!
Infelizmente não vamos ver e ouvir o nosso filho, porque outras obrigações nos chamam.
Sinto-me cada vez mais no meio de gigantescas pequenas coisas. Todos os dias!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Preposições 2


Terça-feira. Três da manhã. Olhos fechados com o chichi a deslizar pela sanita abaixo.
- Mãe, hoje sonhei em ti!
Enquanto está salvaguardado de professores a quererem ensiná-lo, o F. vai aprendendo a exprimir-se como um literato.
De preposições já ele sabe tudo o que é preciso.
Não é tão lindo sonhar em mim?
Sonhar em é muito mais do que sonhar com.
É preciso ser mãe para ouvir coisas destas.
É preciso ser um filho de mil homens para dizer coisas destas!

Preposições 1

Na sexta-feira passada, o V. trouxe para casa o sofisticado TPC de língua portuguesa que consistia em copiar do manual, nada menos do que cinco vezes, as preposições.
Perante a minha cara e pergunta dele "O que é que eu aprendo com isso?", convertemos o trabalho em escrever uma frase para cada uma das preposições. Rimo-nos durante mais de quinze minutos, o V. aprendeu tudo o que havia para aprender e terminámos assim:
Trás: Trás-os-Montes! Traz tu!
Enquanto os professores não pensarem no que querem que os alunos aprendam este mundo não anda para a frente.
Mas há volta a dar-lhe, como ficou provado!!!