Das histórias nascem histórias

Das histórias nascem histórias
um poema visual de Fernanda Fragateiro

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

os manos


Os manos voltaram! E o F. recebeu-os com abraços, beijos e uma defensiva estratégica contra quaiquer ataques adultos.
Foi bonito vê-los, dois a dois, a reencontrarem-se nos mimos, nas cumplicidades, nas brincadeiras... na brigas, nos ciúmes...
Enfim, bonito mesmo foi ver como apesar do F. declarar de cima dos seus quatro anos que estava no bem bom sem ter que aturar os manos afinal sentia tantas saudades deles.
Bonito mesmo foi voltar o barulho, a confusão e, finalmente, a paz, quando os três adormecem.
Como dizia o N. numa velha crónica de Pai Galinha, há qualquer coisa de profundamente qualquer coisa no modo como olhamos para os nossos filhos e achamos que eles são lindos quando dormem: é que a tranquilidade do seu sono é o garante final da nossa tranquilidade!

domingo, 21 de agosto de 2011

sombreanas


No mimo do amanhecer lento, o F. percorre-me infinitas vezes o rosto como quem desenha.
O seu indicador pequenino traça-me um sobrancelha. Depois a outra.
- Tens duas sombreanas...
Pois tenho. Sombreanas são assim uma espécie de sobrancelhas e pestanas, ou então simplesmente os traços que o meu filho me faz sobre os olhos para mos proteger da poeira visível aos primeiros raios de sol de mais um dia de férias.
É nestas intimidades que se apertam os laços entre nós.
Enquanto os irmãos lançam amarras noutros portos de afecto.
Obrigada, tios!