Das histórias nascem histórias

Das histórias nascem histórias
um poema visual de Fernanda Fragateiro

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

o tempo


Afinal o tempo do relógio não é só uma escada rolante.
É, também, uma estafeta.
A F., a educadora do F., deu-lhe uma imagem absolutamente encantadora do tempo.
Ele explica assim:
- O tempo dá sessenta passinhos, o ponteiro dos minutos bate na mão das horas e ela dá um passinho. Assim, como na estafeta. E sabes, mãe, os relógios a sério têm três ponteiros... Mostra o teu! Não é a sério!!!
Afinal, não só somos postos na escada rolante do tempo, ao nascer, como nos desafiam para uma estafeta de vida.
Quem é que pode achar que a vida não é emocionante?

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

fantasmas


O F. sabe que os fantasmas não existem. Ou melhor, sabe que há coisas que existem porque acreditamos nelas e coisas que existem, simplesmente. Mais ou menos como o pai natal.
A casa da escolinha chama-se Casa dos Fantasmas e os ditos fantasmas fazem trinta por uma linha e convivem com os meninos através de cartas, surpresas, acontecimentos.
O F. sabe que os fantasmas não existem, mas esta noite acordou de um pesadelo e contou-me:
- Mãe, eu sei que os fantasmas não existem, mas no meu sonho existiam. Eu estava sozinho na escola e vinha um fantasma e levava-me.
- Foi só um sonho, F., já passou.
- Não foi um sonho, foi um pesadelo! E lá os fantasmas existiam!
Como dizia o outro: Yo no creo en las brujas, pero que las hay las hay!
Os fantasmas são da mesma raça...