Das histórias nascem histórias
terça-feira, 10 de maio de 2011
uma mãe nunca morre
O F. continua naquela fase encantadora de paixão pela mãe. Enquanto "namoramos", diz-me coisas do tipo:
- Já casaste com o pai?
E à minha resposta afirmativa, contrapõe:
- Não! Eu é que vou casar contigo!
Mas, estar apaixonado tem o reverso da medalha.
Durante um "namoro" no sofá, conversávamos sobre qualquer coisa que já não recordo e usei, a propósito, a expressão quando eu for velhinha.
O F. enrolou-se em mim, escondendo a cabeça e começou a soluçar, num choro preso, sufocado.
Quando percebi o que estava a acontecer, tentei averiguar a causa. E entre lágrimas. o F. explicou:
- Se tu ficares velhinha morres e eu não quero que tu morras, porque se tu morres eu fico sem mãe e eu não quero, porque fico muito triste.
Que fazer? Contra este tipo de angústias só conheço um antídoto: o humor. E foi o que usei:
- Eu? Velhinha? Não! Eu nunca vou ser velhinha, nem girafa, nem hipopótamo, nem elefante...
Chegados ao elefante, o F. já estava a rir.
Isto não significa que a angústia não esteja latente (em ambos, aqui entre nós), ficou foi bastante apaziguada.
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