Das histórias nascem histórias

Das histórias nascem histórias
um poema visual de Fernanda Fragateiro

sábado, 27 de fevereiro de 2010

vento (nos salgueiros ou nem por isso)


A meteorologia anuncia ventos ciclónicos.
O F. ouve o vento e corre para a janela. Afinal, não é o camião do lixo...
- Pai, o céu onde os pássaros estão a voar está a mexer!
Alguém disse qualquer coisa parecida quando estava na fogueira.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

a máquina


A morte de joão da silva esteves aconteceu-me ali mesmo, no passeio, por entre as sapatilhas dos adolescentes que entravam e saíam da escola. Caiu-me aos pés como um pedregulho. Fiquei o dia todo numa espécie de luto literário.
E nem me apeteceu ir comer um pastel...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

princesas e sapos


O F. ultrapassa os dois degraus que separam a sala de cima da sala de baixo. Esparramado, como um sapo (acho até que está um pouco esverdeado), chama-me.
- Então, o que aconteceu?
- Trambolhei!

E eu, aqui, a usar o F. para falar de "A princesa e o sapo" e do estado de choque em que fiquei perante mim própria por ter gostado tanto do filme. A meu favor, as sessões de desenhos animados no cinema Foco, com os avós, ao domingo de manhã, e o facto de não suportar a frieza estética da animação por computador. Estarei mesmo a ficar... antiga? Estou a ficar tão em paz com o facto que já me apetece ir ver o filme outra vez, para ter a certeza de que é verdade.

manhãs

Estas manhãs altruístas, com um pouco de sol, trazem-me coisas à cabeça. Os livros. Sempre os livros. E alguns fios de cor para começar a tricotar a Primavera.
Faz-me falta o burburinho dos mais pequenos. Mas o silêncio também me assenta bem, às vezes. Divirto-me com o gato que tenho nas botas novas.
Nunca tive umas botas azuis. Nem um gato nas botas. Talvez uma homenagem inconsciente a Alice. Ou a Burton, quem sabe.
O azul das botas vai espalhar-se pelo ar. Como a minha camisa e as calças de ganga. Tudo azul. E uns blues, para acompanhar.