Das histórias nascem histórias

Das histórias nascem histórias
um poema visual de Fernanda Fragateiro

sábado, 24 de abril de 2010

herbário

Os poemas são palavras que nos entram pelos olhos e pelos ouvidos, com sabor, com cor e com cheiro.
Quando alguém magicamente os transforma em canções, os poemas envolvem-nos, revolvem-nos e tornam-se uma parte de nós.
Assim foi, mais uma vez, quando hoje os Gambozinos cantaram os poemas do Herbário de Jorge Sousa Braga, nos 1os Encontros de Literatura Infanto-Juvenil da SPA.
Já faziam falta uns encontros decentes, no Porto! É que os Luso-Galaicos estavam a tornar-se um "problema muito enorme", cheios de "criaturas medonhas"!
Obrigada, Álvaro!
Ah, e obrigada à Papa-Livros pelos infinitos jogos com os fantásticos flamingos da rainha!
Encontros entre pessoas são uma coisa muito diferente de encontros entre egos...
Com cravos vermelhos sobre o palco, um dia em que voltou a esperança de que as coisas estão a mudar, porque amanhã é dia de voltar a dizer as palavras de 74.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

a minha dupla imbatível

O V. anda a copiar Os Tontos num caderno de duas linhas, para alinhar a caligrafia que andava tonta!
Gosto tanto de livros com muitas (boas) imagens e pouco (bom) texto como de livros com muito (delicioso) texto e algumas (fantásticas) imagens. Aí, Roald Dahl e Quentin Blake ainda são a minha dupla imbatível.
Para não perder o treino, ando a ler Fantastic Mr. Fox, naquele tempo precioso que inventaram nas escolas chamado não lectivo. Há falta de serviço, leio. Hora e meia por semana para ler no local de trabalho não é propriamente motivo para reclamação sindical!
Mas também há outras hipóteses ...
Este enormous crocodile é absolutamente irresistível! E para os fins de tarde em que já nem apetece mexer os olhos... 
Ficamos ali os quatro a ouvir uma fabulosa narração em inglês e a ver as ilustrações a mexerem-se sozinhas! 

segunda-feira, 19 de abril de 2010

à noite, a lua

(há livros que acabam sempre por voltar...)
Ontem, antes de se sentar à mesa, o F. espreitou o escuro da janela da cozinha:
- Eu vi a lua! Está ali! Olha, pai, está partida!
O pai foi ver... e estava, partida...
Também estava deitada e pequenina. Mas, primeiro que tudo, estava partida!
Esta exactidão expressiva com que as crianças de três anos falam é como a dos poetas.
Sempre que um dos meus filhos fala assim lembro-me de Pablo Neruda,  Vinicius de Moraes, WH Auden e dos outros todos que me povoam a memória.
É esta poesia que não quero que a escola lhes roube.
Como não quero que deixem de abensonhar...
E, se um dia algum deles me pedir a lua, terei de perguntar:
- Inteira ou partida?
  

domingo, 18 de abril de 2010

o novo tapete

Quando iniciei este blog o F. tinha feito o seu primeiro tapete de livros, que usei como imagem para o cabeçalho deste caderno.
Hoje surpreendeu-me com o pedido:
- Posso fazer outro tapete de livros?
Fiquei entusiasmada com a ideia!
O F. faz tapetes de livros como Klimt pintava. Escolhe criteriosamente os livros não apenas por tamanhos, mas por valor simbólico. Há livros de que o F. ainda (digo eu, por experiência) não gosta e esses, mesmo que de bom tamanho não lhe servem para a construção do tapete.
Ah, e o tapete é um tapete mesmo. Pode ser pisado, descalços, claro, ou com meias, e só é preciso cuidado para não o descoser. Normalmente, fica no quarto até à hora de dormir, quando a cama do F. sai de debaixo da cama do V. como uma gaveta que se abre para oferecer uma boa noite de sono.
A sensação de pisar um tapete de livros com os pés descalços é única!
Neste novo tapete há alguns livros novos de que vou gostar de falar. O primeiro será, sem dúvida, o da "Branca de Neve".