Das histórias nascem histórias

Das histórias nascem histórias
um poema visual de Fernanda Fragateiro

sábado, 19 de fevereiro de 2011

cabelos

O F. está decididamente diferente desde que fez anos em Dezembro.
Ontem, ao jantar, declarou de cima dos seus quatro anos:
- Estou pelas pontinhas dos cabelos com o T.P.! Só faz asneiras!
Pois bem, está no seu direito. Ele que passou uma semana a comer na cozinha porque se porta mal na escola, levantado o castigo, está no seu direito de reclamar do comportamento dos outros. Digo eu.
Quanto às pontinhas dos cabelos... como eu o entendo!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

zexágonos


Não tenho nada contra formas geométricas. Nem sequer contra hexágonos, em particular.
Ou melhor, se calhar tenho.
A verdade é que nunca percebi a necessidade de ensinar as formas geométricas às crianças pequenas.
Sempre que um dos meus filhos (e já falo do terceiro!) me aparece a recitar quadrados, triângulos, rectângulos e círculos, como quem papagueia a tabuada sem saber multiplicar, fico com os nervos em franja. Não consigo explicar porquê, mas irrita-me.
Mas, decididamente, a Ana é mais evoluída que as outras educadoras e conseguiu tirar-me do sério e destas minhas manias inexplicáveis.
No carro, e a propósito da grade de uma porta em frente à qual paramos, enquanto o sinal está fechado, o V. começa a descortinar as formas geométricas da grade:
- São... losangos... e triângulos e... hexágonos...
- Eu também sei o Zéxagono! - declara o F. do seu silêncio atento. 
- Não sabes nada! - avança o V., céptico.
- Sei, sei. O Zéxágono tem seis bicos.
- Pois... - recua o V. - Mas não é Zéxagono: é Josexágono!!!
A minha relação com as figuras geométricas nunca mais será a mesma, depois de hoje.
Efectivamente, são eles que mudam o mundo!