Das histórias nascem histórias

Das histórias nascem histórias
um poema visual de Fernanda Fragateiro

sábado, 9 de julho de 2011

do outro lado do espelho


O F. passou ontem para o outro lado do espelho.
Antes de ir par a cama, olhou para as nossas imagens no espelho da casa de banho e perguntou:
- Nós vemos ela. E ela vê a nós?
- A imagem do espelho?
- Sim, ela vê-nos?
- Não sei.. acho que não... (a idade estraga-nos o cérebro, decididamente)
- Vê, vê. Ela vê-te. Olha. Vês está a olhar para ti!
- Pois vê! Claro que vê!
- Claro!
Ainda bem que ele conseguiu que eu passasse também para o lado de lá.
Estou mesmo a precisar de voltar a praticar e recomeçar a pensar seis coisas impossíveis antes do pequeno-almoço, todos os dias!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

o sítio das coisas selvagens


Quando esteve no cinema, não conseguimos ir ver o filme. Sou sempre muito lenta a decidir-me em entrar num shopping para ver cinema (mas tenho sido capaz de acelerar bastante nos últimos tempos!).
Há dias, não resiti a comprar o DVD. E ainda bem.
Ao contrário da minha doce E., não fiquei nada decepcionada. Pelo contrrário. Apaixonei-me pelo Max, pelo Carol, pela KW e por todos os outros. (O Tim Burton não conseguiu isso com a Alice!)
O F. já viu o filme três. Os manos também. Só eu ainda não consegui ver-lhe o fim.
Mas um dia destes, quando eles já estiverem os três a murmurar sonhos, vou pôr sentar-me no sofá e ver o filme do princípio ao fim. Como se fosse no cinema!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

o meu pai


Nem sempre a vida dos casais corre como se desejou, como se planeou, como se sonhou.
O importante é haver sentimentos fortes entre duas pessoas que geraram, neste caso, outras três pessoas.
O fundamental é as duas pessoas estarem eternamente unidas no bem-estar e na felicidade das outras três pessoas.
É por isso que a única coisa que conta é eles continuarem a dizer, agora e sempre:
- O MEU PAI É ÓPTIMO!
E não deixarem de ter um Pê de Pai, dê por onde der.

terça-feira, 5 de julho de 2011

os "meninos"


Os manos, nome por que são conhecidos cá em casa o F. e o V., voltaram a juntar-se no quarto onde moraram até o F. precisar de sair do quarto dos pais.
Quando o A. passou para o 2º Ciclo, o quarto de brinquedos, depois escritorinho, como eles gostavam de lhe chamar, passou a ser o quarto do A., o grande, e o V. passou a partilhar o quarto com o F.
Agora que o F. fica nos Gambozinos e os manos se juntam na escola básica/secundária, o F. ganhou direito a um quarto só para ele.
O fim-de-semana foi simplesmente alucinante, com as mudanças. Não porque os meus filhos tenham muita roupa ou muitos brinquedos, mas porque têm uma gigantesca biblioteca!
Mas, hoje é terça-feira e já só há uns restos de tralha para arrumar. Eles ajudaram imenso!
Desde sábado (dia em que dormiram a primeira noite nos quartos novos), coincidência ou não, o F. trata os manos, não por manos ou irmãos, como era seu costume, mas por meninos.
Anteontem, por exemplo, chegou a casa, vindo de casa dos avós, com uma garrafinha termos na mão e disparou, ainda do átrio:
- Meninos, meninos, vocês vão ficar furiosos! A avó deu-me uma garrafa que a água fica fria! É só para mim, não é para vocês, meninos!
O A. e o V. não sabem se hão-de rir ou de chorar...
- Francamente, mãe, chamar-nos meninos!