Das histórias nascem histórias
quarta-feira, 6 de junho de 2012
geração clic
Uma das minhas últimas prioridades em matéria de educação é desmontar a geração clic, a que pertencem, inevitavelmente, os meus filhos (e os meus alunos).
Para eles o mundo está à distância de um clic. Sempre.
Querem ver um filme, clic. Quererem ouvir uma música, clic.
Querem jogar um jogo, clic.
Querem comunicar com um amigo, clic.
E depois, já agora, querem um copo de água, clic.
Querem os trabalhos de casa feitos, clic.
E por aí fora.
Passam o dia a tomar decisões rápidas, de efeito rápido e duração instantânea.
A vida não é assim!
Portanto, como não somos, decididamente, uma família clic, ainda que eles tenham nascido neste contexto, desde que o comando da televisão se avariou que não há clic.
E muda tudo, na forma deles estarem.
Porque quando querem mudar de canal (e só temos quatro!) há que discutir quem se levanta para mudar o canal, para qual e quem tem o melhor argumento no caso de discordância.
Depois, para acertar o som, há que discutir novamente quem se levanta e qual o volume exacto para agradar a todos.
Para quem não viveu a infância com comandos e botões do género, é preciso ver para crer como estes aparelhinhos dão cabo dos bons hábitos de vida de uma população.
Não sendo fundamentalista, estou desejosa que todos os comandos da casa se avariem para que nunca mais os arranjemos!
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domingo, 3 de junho de 2012
presente, sempre
Tenho passado os últimos dias a observar o F., na perspectiva de perceber qual é a verdadeira diferença entre mim (adulto) e ele (criança). E acho que descobri.
O F. vive o presente. Sempre. Ainda que haja um passado e um futuro que ele domina conscientemente, o seu foco é sempre o presente. A sua energia e a sua atenção concentram-se inequivocamente no presente. No que está a fazer no presente e não no que fez ou vai fazer.
É essa a grande diferença entre uma criança e um adulto.
Os adultos foram compelidos, por situções várias, a esquecer-se de viver o presente e passam a vida a pensar no que fizeram ou não fizeram antes e no que vão ter de fazer (ou não fazer) no futuro.
Trabalho de casa: aprender a viver o presente. Sempre!
(Não é uma questão de carpe diem, nem sequer de carpe momentum. É mesmo uma forma diferente de ser.)
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