Das histórias nascem histórias

Das histórias nascem histórias
um poema visual de Fernanda Fragateiro

segunda-feira, 19 de abril de 2010

à noite, a lua

(há livros que acabam sempre por voltar...)
Ontem, antes de se sentar à mesa, o F. espreitou o escuro da janela da cozinha:
- Eu vi a lua! Está ali! Olha, pai, está partida!
O pai foi ver... e estava, partida...
Também estava deitada e pequenina. Mas, primeiro que tudo, estava partida!
Esta exactidão expressiva com que as crianças de três anos falam é como a dos poetas.
Sempre que um dos meus filhos fala assim lembro-me de Pablo Neruda,  Vinicius de Moraes, WH Auden e dos outros todos que me povoam a memória.
É esta poesia que não quero que a escola lhes roube.
Como não quero que deixem de abensonhar...
E, se um dia algum deles me pedir a lua, terei de perguntar:
- Inteira ou partida?
  

1 comentário:

  1. minina,

    fico sempre cheia de vontade de ler essas histórias todas!! As tuas e as dos livros, que têm títulos apetitosos!

    obrigada por me fazeres sempre sorrir :)

    Pipoca

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