Ontem, o F. adormeceu a colorir um livro. Um daqueles livros manhosos, de desenhos feios (ainda assim os menos feios que consegui encontrar na tabacaria de Moledo) e hoje de manhã estivemos os quatro, à volta da mesa, livros desfeitos em folhas soltas, a colorir desenhos feios.
Não há volta a dar-lhe. Há uma idade (que vai dos três aos... quarenta e três?) em que todos gostamos de colorir desenhos. Ao contrário de alguns fundamentalistas não tenho nada contra o colorir desenhos. Muito pelo contrário. Quando tinha seis anos, e ainda não havia fotocópias, o meu pai deu-me uma folha de vegetal Canson A3 e uma Rotring e disse-me para eu escolher um desenho de um livro que eu gostasse muito. Decalquei um desenho de uma cena doméstica complicadíssima de ursos antropomórficos e dois dias depois o meu pai trouxe-me da Faculdade um saco preto com um monte de cópias do meu desenho lá dentro. Não me lembro de ter colorido mais nenhum desenho na vida (nem sequer os de hoje de manhã!). Mas aquele, ainda era capaz de o descrever se os meus olhos falassem.Houve uma altura, em que desenhei Tintins para o V. e o A. colorirem. Mas nem sempre me apetece desenhar, também. Há tempos resolvi gastar algum dinheiro em livros para colorir. E hoje, temos a casa cheia de desenhos de boa qualidade para colorir. Não os trouxemos de férias. Mas isso é normal.
O que não é normal é achar que temos de colorir como vem na página ao lado. Felizmente, o F., o V., o A. e eu sabemos isso! E os desenhos feios servem-nos, em dias de férias, coloridos muito bonitos.
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