No primeiro dia em que a Rosa ensinou o F. a escrever o seu nome, ele declarou:
- Hoje aprendi a escrever o meu nome... mas não foi em português!
Isto foi em meados de Setembro e o que ele queria dizer é que tinha aprendido a escrever o nome em letra cursiva.
Anteontem, sentou-se ao meu colo, entre mim e o portátil, e pediu:
- Podes escrever Madureira? Mas não é em português...
Escrevi em maiúsculas e ele disse que não era assim. Escrevi, então, em minúsculas e ele assentiu:
- É isso! Deixa estar assim que eu traduzo.
E começou a copiar com aquela caligrafia de quem aprendeu a desenhar as letras com o corpo todo.
É bonito, claro, mas alguém me pode explicar por que razão as nossas crianças têm de aprender quatro abecedários diferentes mal começam a aprender a escrever? Maiúsculas de imprensa, minúsculas de imprensa, maiúsculas cursivas, minúsculas cursivas... Será que o manuscrito cursivo ainda faz sentido, agora que a pena já não desliza sobre o papel?
É assim nos outros países do mundo, ou somos só nós que temos esta idiossincrasia?
A verdade é que o resultado ao fim de poucos anos de prática de escrita é que a maior parte de nós já encripta em vez de escrever e os que escapam aos hieróglifos modernos tendem a converter tudo em letra de imprensa.
Não estaria na hora de alguém parar para pensar...
Os meus amigos ingleses têm uma caligrafia primorosa. Todos!
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