Das histórias nascem histórias

Das histórias nascem histórias
um poema visual de Fernanda Fragateiro

domingo, 10 de julho de 2011

cor de pele


Quando os alunos me pedem para os ensinar a fazer cor de pele para pintar, costumo perguntar:
- Pele de quem?
O F. hoje de manhã, nos miminhos dos lençóis, colocou a questão com a perspicácia que o vem caracterizando nos últimos tempos:
- Mãe, de que cor é a nossa pele? Não é branca, pois não?
- Não. Branca não.
- É estranparente? Cinzenta?
- Transparente e cinzenta... acho que também não...
- Então de que cor é?
- É... uma cor assim esquisita... tipo cor de burro quando foge.
O F. ri-se.
- Nós dizemos que somos brancos mas não somos, F.. A T. também não é preta, é castanha.
- Mas o pai da Tita é preto!
- Isso é verdade... mas nem todos os pretos são pretos. Nós também não somos brancos.
A propóstio, de que cor somos nós, os brancos? Cor de rosa, como no novo acordo ortográfico? Ou cor de laranja? E porque não cor de porco ou cor de tangerina? Assim como assim, vamos ficar de uma cor sem hífen... Como a couve flor!

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