Das histórias nascem histórias
quarta-feira, 29 de junho de 2011
a flauta mágica
Comecei a tocar piano aos sete, flauta de bisel aos dez e flauta transversal aos doze.
Aos dezassete estudava quatro horas por dia, lia as partituras todas que encontrava, acompanhava os discos todos que comprava.
Depois entrei para o ensino superior, depois comecei a dar aulas, depois apaixonei-me e daí para a frente a flauta passou a ser aquilo que eu deveria ter continuado a estudar mas nunca tinha tempo.
Finalmente, agora, com três filhos, tenho tempo para aprender a tocar. Não para ler partituras, para acompanhar discos, mas para aprender a tocar como gente grande.
O meu professor é dezassete anos mais novo que eu e, pelo menos, dezassete anos mais sábio que eu na arte de fazer música com um tubo metálico cheio de buracos e tampas.
Ontem estivemos uma hora e meia a jogar o jogo que ele me tenta ensinar há mais de nove meses: chama-se "onde está o diafragma" (que é assim uma espécie da caça aos gambozinos!). É um jogo muito difícil de jogar. Para mim, que cada vez mais me convenço de que me tiraram o diafragma numa das três cesarianas que me fizeram, e, para ele, que não percebe como é possível viver sem uma membrana vital (vital para um flautista, entenda-se!).
Em nove meses ainda não consegui encontrar o meu diafragma, mas decididamente encontrei o mais persistente caçador de diafragmas do mundo!
E ainda por cima toca como Rampal, Galway e Fromanger todos juntos (além dos outros, claro!) .
É caso para dizer: ele há gajos do caraças!
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