Hoje o F. esteve a fazer bolas de sabão sentado na beira da piscina, enquanto eu nadava.
Eram oito e meia da manhã e a água estava azul e morna e as bolas deslizavam sobre a superfície lisa luminosa que eu tentava não agitar.
- Olha, as bolas a nadar, mãe! Plof! Rebentou...
A vida é, de facto um mistério maravilhoso.
Compreendo agora como a minha mãe, com setenta anos, ficou perturbada quando o V., espontaneamente e sem qualquer intuito de maldade (creio que pelo contrário...), lhe perguntou se quando morresse queria ser enterrada ou cremada. A minha mãe, como todas as mães (imagino) não quer morrer. Ponto final. O resto não lhe interessa, na verdade.
Mas a vida é, quer queiramos quer não, uma bola de sabão largada pela manhã, que voa, flutua e um dia...
- Plof! Rebentou...
Parece-me que é disto que deve tratar a filosofia que alguns fazem com crianças.
Eu, por mim, limito-me a deixá-los fazer bolas de sabão. Acho que não é preciso muito mais.
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